terça-feira, 14 de setembro de 2010

Religiões Africanas

Orixás, Ifa e Olorun
As chamadas religiões africanas são um complexo de crenças e práticas oriundas de antigos indígenas da região da África sub-sahariana. São consideradas religiões indígenas.
 Após o período do colonialismo europeu e o período da escravatura houve a disseminação destas práticas por outras partes do mundo, sobretudo para o continente americano. Essas práticas tiveram grande desen-volvimento sobretudo nas ilhas do Caribe, Brasil e México. Parte deste desenvolvimento se deu em razão do sincretismo religioso promovido pela Igreja Católica Romana.
 A chamada tradição espiritual africana é oriunda sobretudo de um povo proveniente da Nigéria e Benin, onde residia a chamada nação Yorubá.
 Seu sistema de crenças chama de Ifa a maior forma de divinização de suas religiões, sendo Olodumaré (ou Olorum) seu principal deus e Orunmilá sua secretária. Os Orixás são considerados mensageiros de Olurum. Logo, Ifa, Olodumaré, Olorum, Orunmilá e Orixás referem-se ao mesmo sistema religioso tribal indígena africano.
 Consideram que em Ifa se encontra toda a soma de conhecimento e sabedoria dos antigos, a súmula da existência e a sabedoria divina de Olorum e dos Orixás, os quais controlam todos os eventos da vida das pessoas.
 Os mais importantes sacerdotes deste sistema religioso são os chamados Babalaôs, ou pai dos segredos. Consideram em suas crenças que todas as coisas abstratas ou concretas, sejam células do corpo de um deus. Cada animal, vegetal e minerais possui sua própria energia a que chamam de Axé. Segundo eles o Axé de cada coisa contribui para o todo que é Olorun. Dizem que os Orixás surgem de certas constelações de energias e que cada Orixá é uma faceta de seu deus Olorum.
 A palavra Orixá pode ser separada em dois componentes: Ori (que significa cabeça ou consciência) e xá (exclusivo).
 Logo Orixá significa uma consciência específica unida à grande consciência, chamada de Olorun.
 As forças primárias associadas a cada Orixá são freqüentemente as forças da natureza ou as forças relacio-nadas aos humanos. No mundo natural Orixás individuais são associados ao fogo, água, terra, ar, fenôme-nos atmosféricos, mundo animal, etc. Os adeptos deste sistema de crenças primitivo também associam os Orixás a elementos do dia-a-dia, tais como riqueza, saúde, doença, etc.
 Cada Orixá, que pode ser masculino ou feminino, possui uma classe de expressões ou caminhos que se re-ferem às formas como um Orixá se mostra ao mundo. É dito entre eles que cada Orixá traz consigo diversi-dades de estados, mais ou menos como uma espécie de positivo e negativo, pois dizem que assim como o céu pode estar claro ou escuro, um sentimento pode ser benéfico ou maléfico, os Orixás podem ser bons e maus ao mesmo tempo, existindo assim uma variedade de facetas nas manifestações dos Orixás. Dizem que estas diversidades de facetas, como benévolo e malévolo, claro e escuro, calmo e agressivo, significariam diversidades inerentes à natureza de seu deus Olorun. Afirmam ainda que estas diversidades de comporta-mento e características dos Orixás são necessárias para a existência de uma espécie de todo.
 Os ensinamentos deste sistema religioso Yorubá se transfere de pessoa a pessoa através dos chamados Pa-takis ( contos ou estórias dos Orixás).
 Dizem que no plano humano cada pessoa teria seu Orixá específico que corresponderia à essência particu-lar característica de cada pessoa, homem ou mulher. O Orixá de cada pessoa é, segundo os adeptos deste sistema religioso, chamado de Orixá da cabeça.
 A relação entre cada pessoa e seu Orixá é dita como sendo do tipo familiar, sendo cada adorador dos Orixás chamado de criança do seu protetor.

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